Referência na política


Parlamentares lembram os 10 anos da morte de Mario Covas em cerimônia no Senado

O Senado Federal destinou a parte inicial da sessão desta terça-feira (29) para homenagear o ex-governador de São Paulo Mario Covas, morto há 10 anos. Parlamentares do PSDB prestigiaram a cerimônia e utilizaram a tribuna para destacar o legado e os exemplos deixados por um dos maiores líderes tucanos de todos os tempos. Realizada a pedido de parlamentares tucanos, a sessão contou com a participação de Bruno Covas, neto do político e secretário de Meio Ambiente de SP, o atual governador paulista, Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra e outros secretários de Estado, como José Aníbal e Júlio Semeghini.

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou que Covas olhou para os mais pobres e lançou programas que revolucionaram a periferia de São Paulo. “Ele foi para a minha geração um político limpo, que honrava a palavra, pois fazia o discurso e o colocava em prática quando chegava ao governo. Nunca se dobrou às pressões, modismos ou conveniências. Sua marca sempre foi o exemplo”, destacou o tucano. Ele ressaltou que  o PSDB continua a usar a inspiração de Covas em campanhas e propostas. “Ela é conveniente ao Brasil de hoje. É conveniente ao Brasil de sempre”, disse o tucano em nome do partido.

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“Mario Covas continua a ser uma das mais importantes referências éticas no Brasil após dez anos de sua morte. Olhamos para o passado e não conseguimos encontrar saídas para o futuro sem o exemplo de políticos como ele. Suas qualidades de homem público ainda são um porto seguro para quem deseja fazer política com decência, honradez e compromisso efetivo com a sociedade democrática”, discursou a vice-presidente do PSDB,  Marisa Serrano (MS). Segundo a parlamentar, Covas era “extremamente comprometido com a verdade, jamais ultrapassou as fronteiras da decência e fazia política com paixão”. Motivos pelos quais a tucana acredita que seu legado não foi e não pode ser esquecido.

O senador Aécio Neves (MG) afirmou que tem em Covas um exemplo e uma “fonte de inspiração” permanente. Segundo ele, uma foto sua com o ex-governador paulista esteve, durante os oito anos de seu governo em Minas, ao lado de uma foto de seu avô, Tancredo Neves. “Em muitos momentos aflitivos do meu mandato eu recorri a eles”, afirmou. De acordo com o senador, o homenageado sonhava com um partido que refletisse a indignação da população, cansada com a corrupção e a incompetência do governo federal, e norteava os passos que o PSDB seguia.

Com sua trajetória, nos ensinou que governar é exercer a autoridade sem autoritarismo, com base na legitimidade conferida pelo voto popular, com a credibilidade dos que conhecem o valor da palavra pública e o sagrado compromisso que ela envolve. Ele confiava no país e em nossa capacidade de decisão”, afirmou Aécio.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ressaltou os princípios e valores de Covas. “Perdeu o mandato para ser coerente como deputado federal, foi cassado, ficou 10 anos com os direitos políticos suspensos. Foi o prefeito de São Paulo dos mutirões perto das pessoas mais simples e o governador da responsabilidade fiscal. Além disso, um homem de uma lealdade absoluta”, completou.

Trajetória

Natural de Santos (SP), Mario Covas faleceu em 2001 após intensa luta contra o câncer. O tucano governou São Paulo entre 1995 e 2001, quando se afastou do cargo para tratar a doença. Formado em engenharia civil, iniciou a militância política como estudante universitário, tendo sido eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE)em 1955. Foi deputado federal e teve o mandato cassado em 1969 pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5), quando liderava a bancada de oposição. Foi ainda secretário de Transportes e prefeito de São Paulo. Em 1986, Covas se elegeu senador com 7,7 milhões de votos. Ele liderou a bancada do PMDB no Senado durante a Assembleia Nacional Constituinte.

Em 1988, Covas ajudou a fundar o PSDB e se tornou presidente nacional do partido. Concorreu às eleições presidenciais em 1989 – as primeiras realizadas desde 1960- e ficou em quarto lugar. Venceu as eleições para o governo paulista em 1994 e conseguiu se reeleger em 1998. Dedicou seus dois mandatos ao saneamento das finanças públicas, com medidas destinadas a promover ajuste fiscal e equilíbrio orçamentário. Adotou o chamado Programa Estadual de Desestatização (PED), que privatizou as principais empresas e estradas estaduais entre 1995 e 2000.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Fundação Mario Covas/Geraldo Magela/ Ag. Senado e David Ribeiro/Ag. Câmara)

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29 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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