Aparelhamento da Vale preocupa

Tucanos condenam tentativa do governo de reestatizar mineradora

Deputados do PSDB voltaram a criticar nesta quinta-feira (24) a intervenção do governo federal na troca da presidência da Vale. Segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem “negociado” a saída do executivo Roger Agnelli do comando da empresa. Empregados e diretores da Vale reagiram diante da ação e começaram a articular uma manifestação contrária à saída do executivo. Os diretores-executivos da mineradora estudam entregar, de modo conjunto, seus cargos, caso a mudança na presidência da companhia se concretize, de acordo com a “Folha de S.Paulo”.

Da tribuna, o deputado Jutahy Junior (BA) classificou a tentativa de emplacar indicações na maior empresa do país como “um retrocesso vergonhoso”. “A nossa preocupação é o aparelhamento. O Estado brasileiro já está sendo aparelhado desde o início do governo do presidente Lula. Isso aconteceu de forma evidente nas agências reguladoras, nas empresas públicas, no desejo de colocar empresas eficientes a serviço de um projeto de manutenção do poder, por meio da escolha de companheiros. Agora procuram fazer isso na maior empresa privada do país”, alertou Jutahy.

O deputado lembrou que a mineradora gerou, em 2010, R$ 12,4 bilhões de impostos para o país e está batendo todos os recordes de produção. “Se transformarmos uma empresa como a Vale em serviços escusos de interesses governamentais, poderemos transformá-la em uma empresa de prejuízo para a sociedade e os seus acionistas”.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), reprovou a tentativa petista de reestatizar a Vale. Na avaliação do tucano, a interferência do ministro Mantega é extremamente preocupante e grave.  “Essa tentativa do governo de intervir na empresa é visivelmente ilegítima e desrespeitosa. Fazemos nosso protesto para que as empresas privadas sejam protegidas da ação funesta de um governo que quer se apoderar de uma empresa de capital aberto para transformá-la em mais um braço seu, como se a Vale fosse um feudo nos moldes mais atrasados”, acrescentou, durante pronunciamento em plenário.

O parlamentar Luiz Fernando Machado (SP) também demonstrou preocupação com a “operação de guerra” montada pelo Planalto para tirar Agnelli da presidência da companhia. “Não podemos nos juntar ao coro daqueles que querem transformar a maior produtora de minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo numa estatal novamente. O governo quer retroceder numa gestão de absoluto sucesso”, declarou da tribuna.

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(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara )