Prevenção


A pedido de Bruno Araújo, comissão debaterá condições do Brasil para lidar com catástrofes

A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara aprovou nesta quarta-feira (23) requerimento do seu presidente, deputado Bruno Araújo (PE), que pede a realização de audiência pública para avaliar a possibilidade de ocorrência de catástrofes naturais de grandes proporções em território brasileiro e as condições de preparo da população para enfrentá-las. O tucano quer ouvir representantes e autoridades do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Comando da Marinha, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e da Defesa Civil. “Entendemos ser oportuno esse debate, que poderá apontar iniciativas imediatas para melhorar a segurança de nossa população e de nossa economia em face dessas eventualidades”, destacou.

Em seu requerimento, Araújo lembra que os recentes eventos ocorridos no Japão neste mês e, em anos anteriores, no Haiti, no Chile e na Indonésia, sugerem que o mundo atravessa um período de aumento de atividades sísmicas. “Vários desses abalos, por terem seus epicentros no leito dos oceanos, provocam também os temíveis tsunamis, que podem resultar em devastação e em perdas de vidas em lugares afastados dos terremotos”, pondera. De acordo com o tucano, embora o fenômeno seja usualmente associado à região do Pacífico, a possibilidade de ocorrência no Atlântico não deve ser descartada.

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Ainda segundo Bruno Araújo, há pelo menos três áreas do oceano que banha a costa brasileira apontadas como eventuais focos de eventos que poderiam afetar o país. “Embora a probabilidade de um evento de tais proporções seja pequena, preocupa-nos o fato de que o Brasil tenha uma parte significativa da população concentrada na costa e não possua qualquer sistema de alerta e de movimentação dessas pessoas, se um evento de tal natureza vier a ocorrer”, destacou.

Na opinião do deputado, os trágicos efeitos das enchentes deste ano no Rio de Janeiro, no Paraná e em Santa Catarina demonstram o despreparo do Brasil para enfrentar desastres naturais. O aumento da incidência de outros fenômenos em nossas costas, a exemplo dos tornados que têm sido observados no Atlântico Sul com maior frequência, também motiva o pedido de audiência.

“Os acidentes nucleares em Fukushima representam, nesse sentido, um alerta. Temos nossas usinas nucleares concentradas em Angra dos Reis, área que poderia vir a ser afetada no futuro por incidentes desses tipos. E a intensa atividade de exploração de petróleo em águas profundas ao largo da costa brasileira poderá oferecer um risco ecológico expressivo na eventualidade de ocorrer um tsunami ou outro fenômeno natural de proporções equivalentes”, completa o tucano.

(Reportagem: Marcos Côrtes/ Foto: Eduardo Lacerda)

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23 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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