Investigação começou


Caso Jaqueline Roriz: Carlos Sampaio defende depoimento de Durval Barbosa no Conselho de Ética

Relator do processo instaurado nesta quarta-feira (23) contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP) quer ouvir o delator do esquema de corrupção no Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa. O tucano destacou que só deve convidar para depor os que realmente possam contribuir para solucionar o caso, sem transformá-lo em um “espetáculo”. O parlamentar também afirmou que qualquer prejulgamento contra a parlamentar não contribuirá em nada para os trabalhos do conselho. Segundo ele, é preciso que todas as nuances do caso sejam analisadas e todas as partes envolvidas tenham a oportunidade de se manifestar.

“O papel desse conselho é agir com a imparcialidade e a isenção esperadas deste colegiado. Aqui nós somos magistrados de fato, e não de direito”, afirmou o deputado. Para ele, o assunto causa um impacto negativo entre todos os parlamentares e por isso é importante não partidarizar a questão ou “expor pessoas ao ridículo”. O tdeputado afirmou ainda que pretende ouvir o marido da deputada, Manoel Neto, e não descartou a possibilidade de convidar os ex-governadores do DF Joaquim Roriz (PSC) e José Roberto Arruda para também prestar depoimento.

Quanto à legitimidade do Conselho de Ética de cassar o mandato da parlamentar, Sampaio afirma que irá se debruçar sobre a questão. De acordo com o tucano, há precedentes semelhantes que tornam possível a hipótese de cassação de Jaqueline por quebra de decoro mesmo diante de acusações sobre fatos acontecidos antes da posse como deputada federal.

A filha de Joaquim Roriz (PSC) foi flagrada, ao lado do marido, em vídeo gravado por Durval Barbosa no qual recebe dinheiro de suposto caixa dois durante a campanha de 2006, quando disputou vaga na Câmara Legislativa do DF. Em nota, ela admitiu que a quantia se tratava de “recurso não contabilizado de campanha”.

O relator também considerou possível o convite ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para contribuir com o caso. A sugestão foi feita pelo deputado Fernando Francischini (PR). O deputado paranaense espera que Gurgel compareça ao colegiado e fale sobre as condições do acordo de delação premiada, feito entre a Justiça e Durval Barbosa, e sobre a operação Caixa de Pandora. O procurador-geral pediu abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal para apurar a conduta da parlamentar.

O Conselho de Ética enviou, logo após a instauração do processo, uma notificação à Jaqueline Roriz. Depois que a deputada for notificada, terá o prazo de cinco sessões ordinárias do Conselho para apresentar defesa. O Psol, partido que pediu a instauração do processo, avisou que também pedirá investigação das denúncias de que a deputada teria usado verba indenizatória de gabinete para pagar o aluguel de uma sala comercial em nome do seu marido. A Corregedoria Geral da República também deve iniciar investigação das acusações contra Jaqueline.

 

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(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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23 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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