Apreensão mundial
Bruna Furlan e William Dib querem justificativas de ministro sobre a construção de usinas nucleares
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, será convidado a prestar esclarecimentos para deputados de três comissões temáticas da Câmara sobre a construção de novas usinas nucleares no Brasil. A audiência pública para ouvir Lobão foi proposta pelos deputados William Dib (SP), Bruna Furlan (SP) e Fernando Marroni (PT-RS). O debate deve contar também com a participação do Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Dias Gonçalves, e do Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. A discussão será realizada conjuntamente pelas comissões de Minas e Energia, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
Bruna Furlan destacou reportagens veiculadas pela imprensa nas quais são destacados projetos do Planalto em relação ao setor, a exemplo de reportagem do jornal “O Valor Econômico” que aborda o plano de construção de 40 usinas no país. No requerimento apresentado à Comissão de Desenvolvimento Urbano, a tucana também cita notícia do próprio Ministério de Minas e Energia, publicada em janeiro, na qual Lobão fala sobre a edificação de quatro delas ainda em 2011.
A deputada considera fundamental o debate num momento em que o planeta está apreensivo em virtude da contaminação causada por vazamentos em usinas japonesas após o terremoto que atingiu o país no dia 11 de março. Bruna acredita que os parlamentares precisam acompanhar todos os passos do governo federal em relação à ampliação do programa nuclear brasileiro.
“As imagens da tragédia no Japão já fizeram diferentes países anunciarem mudanças na segurança de seus programas e devem afetar a reativação do setor energético em vários países. É fundamental acompanhar os estudos em execução sobre a situação das usinas já existentes e a respeito da construção de novas unidades”, justificou a tucana.
De acordo com ela, a população de Angra dos Reis, cidade onde estão situadas as duas usinas em funcionamento no Brasil, não possui a segurança necessária em caso de acidente, assim como os municípios vizinhos. “Não há garantias necessárias de proteção aos cidadãos impactados por um eventual dano às instalações das usinas ou aos próprios reatores que as alimentam”, destaca Bruna Furlan.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eletronuclear/divulgação)
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