Dilma em dois meses, por Vanderlei Macris
Nem precisou muito tempo, e o Brasil já vê a cara da gestão da presidente Dilma Roussef. Dois meses se passaram e atitudes estão sendo tomadas como se somente existisse o presente. Esqueceu-se o passado, nega-se o futuro.
Não há como calcular os resultados trágicos que estão por vir, mesmo porque há muitas cartas na manga do pessoal do Partido dos Trabalhadores (PT), mas o brasileiro já pode esperar algo não tão positivo como, por exemplo, um aumento de R$ 5 no Salário Mínimo, 0,39%, atitude retrocesso na história.
Ainda assim, o pior não é o “aumento”, a presidente também almeja tirar do Congresso a possibilidade de debate e consulta dos reajustes anuais do salário até 2015, possibilitando o executivo a reajustar o mesmo por decreto, uma usurpação das atividades do Legislativo.
Não vou aqui ser repetitivo e mencionar todas as questões pregadas pelo PT durante anos e que estão sendo esquecidas pelos seus militantes. Existem valores em cada partido, de situação ou oposição, cabe a cada um trabalhar para que a prática vá além da teoria, mas no caso do Partido dos Trabalhadores a prática passa bem longe das promessas.
Pensemos: será mesmo que o Partido dos Trabalhadores é dos trabalhadores?
E esse ‘É’ é posto na condição ser, defender, proteger, auxiliar e valorizar os trabalhadores.
Pensemos novamente: o Partido dos Trabalhadores é dos trabalhadores?
Vamos nos valer de outros fatores para refletir melhor essa questão como, por exemplo, o fato incomum para um País em pleno crescimento de cortar R$ 50 bilhões dos investimentos.
É clara a nossa oposição. O corte prejudicará importantes setores econômicos e só ocorreu porque o governo Federal prefere sacrificar áreas básicas ao invés de reduzir gastos supérfluos. Um absurdo!
Por outro lado, despesas com viagens – passagens e diárias – que seriam o primeiro alvo do ajuste fiscal anunciado pela equipe econômica de Dilma, tiveram um aumento nítido de 32% em janeiro e fevereiro de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram gastos demasiadamente R$ 80 milhões pagos pelo Tesouro Nacional.
Para mascarar tantas notícias ruins escancaradas pela imprensa, houve um aumento no Bolsa Família. Pronto! Doravante, muitos não verão além do auxílio. Infelizmente.
Contraditório ou não, todos os brasileiros sofrerão com isso. Não fica difícil agora responder à pergunta acima.
No entanto, além de elaborar melhores propostas como foi o caso do Salário Mínimo de R$ 600, a Oposição serve para fiscalizar as atitudes tomadas, cumprindo à risca a democracia.
A Oposição, como o nome já diz, se opõe. Não contra o Brasil. Mas, sim, contra o governo quando manda e desmanda sem calcular resultados e estabelecer prioridades para um País melhor, digno e sensato.
Sendo assim, a Oposição contestará toda ação que ferir a dignidade e a cidadania dos brasileiros.
(*) Deputado federal pelo PSDB-SP e vice-líder do partido.
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