Mudança necessária
Jutahy condena voto proporcional e defende adoção de sistema que aproximaria eleitores e candidatos
Em pronunciamento nesta sexta-feira (4), o deputado Jutahy Júnior (BA) ressaltou a importância da reforma política. O parlamentar considera que o atual sistema distancia o eleitor do candidato e, com isso, a representação política perde legitimidade. “Defendo que a primeira preocupação do candidato ou do partido deve ser a de fazer com que cada vez mais haja identidade entre o eleito e o eleitor, entre o candidato e o eleitor. O que nós estamos vendo ao longo da vida pública é que, em cada legislatura, há mais distanciamento”, alertou.
Para o tucano, o voto proporcional para a escolha de vereadores, deputados federais e estaduais propicia esse distanciamento. Jutahy afirmou que logo após o pleito os eleitores se esquecem em quem votaram. De acordo com o parlamentar, isso ocorre também porque muitos votam em candidatos indicados pelo líder local ou por alguém próximo. “As pessoas estão chegando ao ponto de não perguntarem mais nem o nome do candidato. Questionam simplesmente o número do candidato em quem devem votar a um cabo eleitoral ou um cidadão muito qualificado em influência política, pessoal, familiar. Isso é típico do voto proporcional”, analisou.
Jutahy defendeu a vinculação cada vez mais profunda entre candidato e eleitor e a adoção do voto distrital. “Que cada eleitor saiba o nome do seu candidato, onde ele mora, o que faz, o que fez na vida e o que defende. É por isso que acredito na democracia”, ponderou.
O parlamentar discorda ainda da adoção da lista fechada pelos partidos. “Não vejo a lista partidária facilitar ou ampliar essa representação. Ao contrário: a lista partidária distancia ainda mais o representante do representado e vai transformar-se em um instrumento das cúpulas partidárias, que vão definir e, muitas vezes, esconder o seu candidato forte na cúpula e fraco junto ao eleitor para elegê-lo sem que haja identidade entre eleitor e candidato”, ressaltou.
Entenda:
Listas fechadas
Neste sistema, os eleitores passam a votar em listas de candidatos previamente ordenadas pelos partidos. A distribuição de cadeiras é semelhante à que se processa hoje: cada partido continua recebendo o número de lugares que lhe corresponde pela proporção de votos obtidos nas urnas. Se um partido tem direito a oito cadeiras, por exemplo, entram os oito primeiros nomes da lista.
Voto distrital
O voto distrital é um sistema pelo qual o eleitor vota apenas naqueles candidatos inscritos pelo seu distrito. Há vários modelos de voto distrital, como aquele no qual o país ou estado é dividido em pequenas circunscrições, e cada uma delas elege um número x de candidatos que obtiverem a maior quantidade de votos. Uma das vantagens desse sistema é exatamente aproximar o eleitor dos eleitos.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Briza Cavalcante/ Áudio: Elyvio Blower)
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