Planalto morde e assopra


Para senadores, aumento dos juros e empréstimo de R$ 50 bilhões ao BNDES revelam contradição do governo

Senadores do PSDB criticaram a decisão do Copom de aumentar em  0,50 ponto percentual o juro básico, elevando a taxa Selic de 11,25% para 11,75% ao ano. Segundo os tucanos, o governo tem ações contraditórias na condução da política econômia, pois aumenta a taxa básica de juros e ao mesmo tempo em que anuncia a ampliação do caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer empréstimos com juros subsidiados.

Sob o título “O governo morde e assopra”, o colunista do jornal “Folha de S.Paulo” Vinícius Torres Freire critica nesta quinta-feira (3) a atitude do governo que, no dia seguinte à alta do “juro do BC”, deve dar mais crédito barato por meio do “juro do BNDES”. Segundo Torres Freire,  o governo federal, via Tesouro da União, vai emprestar mais R$ 50 bilhões ao BNDES. “A juros baixinhos, dinheiro que o banco estatal de desenvolvimento emprestará a projetos de investimento de empresas”, afirma.

Para o senador Aloysio Nunes Ferreira(SP), o governo está dando sinais contraditórios. “O governo está perdido. Corre para um lado, corre para o outro, e não está encontrando uma saída. Os sinais são cada vez mais contraditórios na condução da política econômica. O aumento da taxa de juros vai influenciar na dívida pública mas, ao mesmo tempo, o governo continua na política de endividamento público para subsidiar empresas com juros mais baixos”, avaliou.

Para o líder do PSDB, senador Alvaro Dias(PR), o que o governo precisa é reduzir o tamanho do Estado. “O aumento dos juros é um sinal de que a inflação está ameaçando a condução da política econômica. O que o governo precisa  mesmo é enxugar o tamanho do Estado, implantando um novo modelo de gestão que se caracterize pela transparência, com diminuição real de gastos e eliminação da superposição de ações para oferecer resultados concretos à sociedade”, defendeu.

O senador Cyro Miranda (GO), que é empresário, alerta para o risco da volta da ciranda financeira com o aumento dos juros e para a perde de confiança dos empreendedores nacionais com a economia brasileira.

“Quando o empresariado não consegue mais ganhar dinheiro no seu negócio, começa a vender os seus ativos e viver da ciranda financeira. Por isso, o aumento dos juros é uma sinalização muito clara de que o governo tem que reduzir despesas exageradas e irresponsáveis e tomar medidas concretas e não paliativas”, explicou. (Da redação com informações da assessoria da liderança do PSDB no Senado/Fotos: Agência Senado)

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3 março, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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