Raiz de todos os problemas


Marchezan Júnior critica corrupção, impunidade, incompetência e privilégios no setor público

Em pronunciamento nesta quarta-feira (23) no plenário da Câmara, o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) destacou os pontos críticos do setor público que têm prejudicado o país. São problemas que, na sua avaliação, acabam causando influência negativa em todas as áreas da administração federal. Para o vice-líder da Minoria na Câmara, a incompetência na gestão, a corrupção, a impunidade e a concessão de privilégios são os maiores males do Brasil.

“Há um grande setor que creio ser a raiz de todos os problemas e, ao mesmo tempo, a fonte de todas as suas soluções: o setor público. No Brasil, essa área, nada tem de pública. Se depender das corporações, nunca será. O caminho para que isso seja feito é por meio dos eleitos que representam a sociedade”, destacou o tucano da tribuna.

Na opinião do parlamentar, há tanta incompetência na gestão pública pois não existem metas e objetivos claros. Para Marchezan Júnior, a estrutura do Estado é ocupada prioritariamente por “amigos ou filiados” dos que estão no poder. Quanto à corrupção e à impunidade, o tucano afirma que se tornou prática corriqueira e revelada “toda semana no governo”. O maior símbolo dessas duas mazelas, segundo o tucano, foi o “mensalão”, o maior escândalo do governo Lula.

O deputado criticou ainda os benefícios concedidos a autoridades nos poderes Legislativo e Judiciário. O tucano citou os 60 dias de férias com um terço a mais para juízes e promotores e o décimo quinto salário dos parlamentares. Marchezan Júnior também destacou, como exemplo, a concessão de R$ 1 milhão aos desembargadores do Rio Grande do Sul após a implantação do Plano Real. O ato, afirma o congressista, gerou perda de R$ 2 bilhões aos cofres públicos do governo gaúcho. “Por isso digo que esse conchavo é o terceiro maior problema do nosso setor público. Se concilia com a corrupção e a incompetência”, afirmou.

O tucano acredita que mudanças podem ocorrer apenas com o fim desses privilégios e das distorções do atual modelo tributário. “Todos sabem que temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. Segundo estudos do IPEA publicados no final do ano passado, os 10% mais pobres deixam quase 33% da sua renda em tributos. E os 10% mais ricos deixam em torno de 23% da sua renda”,  criticou.

“Quero associar-me às suas palavras e dizer que Vossa Excelência tem aqui um companheiro defensor da iniciativa privada. Que sempre bateu firmemente nessa altíssima carga tributária.Nesse imbróglio econômico que chamo de triângulo das bermudas: juros estratosféricos, impostos escorchantes e política cambial totalmente desfavorável ao nosso setor produtivo”, afirmou o deputado Alfredo Kaefer (PR) em aparte ao vice-líder da Minoria. 

Leia a íntegra do discurso (Selecione “Grande Expediente”, 15h58)

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(Reportagem: Djan Moreno e Letícia Bogéa/ Foto: Agência Câmara)

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23 fevereiro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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