Descaso esportivo

Brasil pode passar vexame nas Olimpíadas do Rio por falta de investimento nos atletas, alertam deputados

Os deputados Alberto Mourão (SP) e Valdivino de Oliveira (GO) condenaram nesta quinta-feira (17) a falta de investimentos do governo federal na formação de atletas olímpicos para os jogos do Rio de Janeiro em 2016. Para os tucanos, a promessa do governo petista de que o Brasil estará entre as dez maiores potências olímpicas não deve se cumprir nos próximos cincos anos. De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que com os gastos feitos até agora, dificilmente o Brasil chegará ao maior evento do esporte mundial tendo chances de faturar um número alto de medalhas.

Para Mourão, nesse ritmo de investimento e com o descaso do governo federal o país-sede terá uma classificação “medíocre” no quadro de premiações.  O tucano argumentou ainda que o Brasil precisa receber bem os atletas e turistas internacionais, mas não pode pensar apenas em infraestrutura. “Não há dúvida de que a nação precisa repensar o projeto de esporte voltado para as bases. Não podemos fazer um fiasco”, cobrou.

Dados do TCU mostram que diminuiu a concessão de bolsas para atletas entre 2008 e 2009. Além disso, o Ministério do Esporte vinha gastando um terço desses valores em esportes que não são olímpicos. A investigação dos auditores do tribunal também comprovou que a gestão Lula diminuiu a oferta de bolsas para praticantes de esportes olímpicos.

O deputado Valdivino de Oliveira classificou como “deplorável”  a falta de sensibilidade da gestão petista diante da carência dos atletas olímpicos. “O Brasil continua, a cada olimpíada, com baixo rendimento no quadro de medalhas. A projeção olímpica ainda é muito pequena. É preciso mudar esse panorama”,  defendeu.

Nos jogos de Pequim em 2008, o Brasil ficou na 23º colocação. O país conquistou três medalhas de ouro, quatro de prata e oito de bronze, 15 no total. O desempenho na China foi semelhante ao de Atlanta, em 1996, quando o país também conquistou 15 medalhas. Mas foi menor do que nos Jogos de Atenas, em 2004, pelo menos em relação ao número de premiações. Na Grécia, foram cinco medalhas douradas, duas de prata e três de bronze, com a 16º posição no geral.

(Reportagem: Artur Filho/Áudio: Elyvio Blower)