Redução preocupante

Corte bilionário no orçamento da Defesa prejudicará modernização dos aeroportos, alertam deputados

Os deputados Vanderlei Macris (SP) e Mendes Thame (SP) criticaram nesta quarta-feira (16) o corte de R$ 4 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa. Conforme alertaram os tucanos, recursos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero serão enxugados, prejudicando a modernização dos aeroportos. Além disso, o contingenciamento da pasta também deve adiar a ampliação do patrulhamento nas fronteiras, proposta defendida pelo PSDB durante a campanha e que poderia reduzir o tráfico de armas e drogas. Quanto a possibilidade da compra dos 36 aviões caças do Programa FX2 da Força Aérea, os tucanos acreditam que o governo vai continuar adiando a aquisição, embora o ministro Nelson Jobim negue que o corte tenha impacto nesta decisão.

A contenção anunciada pela gestão petista representa 26,5% dos R$ 15,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para a Defesa. Para Macris, esses cortes revelam que o governo Lula não teve responsabilidade fiscal. Além disso, desmontam o discurso eleitoreiro do PT, que na campanha prometeu ações concretas na aviação civil e na segurança pública. “Acaba a eleição e cai a máscara. É evidente que um corte perto de 30% preocupa”, ressaltou o deputado.

Em janeiro, o governo Dilma produziu mais uma contradição em relação ao setor aéreo. Depois de criticar as privatizações do governo FHC, a presidente anunciou que pretende entregar à iniciativa privada a construção e a operação dos novos terminais dos aeroportos paulistas de Guarulhos e de Viracopos, dois dos principais do país. O objetivo oficial é desafogar terminais que serão vitais para a Copa do Mundo de 2014.

Segundo a própria Infraero, o governo federal precisa investir R$ 5,5 bilhões nos aeroportos ligados às 12 sedes da Copa. Para piorar a situação, o Tribunal de Contas da União identificou recentemente graves falhas de planejamento que podem resultar em irregularidades e desperdício de dinheiro público na Copa do Mundo de 2014. Os atrasos também ficam evidentes em obras não só nos estádios, mas também nos aeroportos.

Para Mendes Thame, o PT sofre de amnésia depois que chegou ao poder . “É mais uma demonstração de que aquilo dito ano passado na campanha não está nas prioridades do governo. Estamos vendo um governo que está pagando hoje o preço da gastança irresponsável de 2010 ”, condenou o parlamentar, que é vice-líder da Minoria.