De volta aos anos de chumbo
Teimosia do governo em construir trem-bala lembra ato do regime militar, afirma Vaz de Lima
Um projeto mirabolante e que faz parte dos anúncios pirotécnicos e eleitoreiros da gestão Lula. É dessa forma que o deputado Vaz de Lima (SP) classifica a proposta do governo federal de construção do Trem de Alta Velocidade (TAV). O tucano também concorda com editoral do jornal “Folha de S.Paulo” que critica a teimosia do Planalto em executar uma obra antieconômica, “de escasso impacto estratégico e tecnológico” e semelhante “aos elefantes brancos do desenvolvimentismo irresponsável do final do regime militar.”
“Na época do regime militar, do chamado milagre econômico, foram feitas coisas dessa forma que deixaram problemas para o país, como a hiperinflação. É isso que pode se repetir”, criticou o deputado nesta terça-feira (15).
Segundo o parlamentar, depois do PT criticar tanto as privatizações feitas na administração do PSDB, o governo de Dilma segue a mesma receita, mas de maneira equivocada. Segundo a “Folha”, além dos empréstimos do BNDES a taxas de juros reduzidas e outros favores oficiais, o projeto terá aporte direto do governo federal. A empresa que vencer o leilão terá de associar-se a uma nova estatal, que receberá ao menos R$ 3,4 bilhões. “O nosso receio é que fazendo isso só para cumprir sabe se lá que compromisso, o governo financie sozinho uma obra sem benefício nenhum para o Brasil”, ponderou Vaz de Lima.
O tucano afirma ainda que o projeto do trem-bala pode ficar no meio do caminho por falta de um estudo técnico adequado. “Isso pode se tornar mais um elefante branco por falta de planejamento e de uma análise técnica embasada”, destacou. O deputado acredita que a presidente Dilma não pode afundar o país com projetos inviáveis, já que existem outras prioridades para melhorar as condições de vida da população na área de infraestrutura. “É preciso que o governo tome juízo para não enfiar o país numa bancarrota”, avaliou.
O editorial da “Folha” também condena a entrada dos Correios e da Eletrobras no negócio. “Não bastassem esses óbices, procura-se agora envolver duas estatais que mal cumprem suas atividades precípuas. São notórias a crise de eficiência dos Correios e sua malversação política, problemas que se repetem na gestão das subsidiárias da Eletrobras”, resume o texto do jornal paulista.
(Reportagem: Artur Filho/Áudio: Elyvio Blower)
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