Debate necessário

Com apoio do PSDB, oposição fecha acordo para discutir novo mínimo antes da votação em plenário

O líder tucano na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou nesta quinta-feira (10) que o PSDB continuará a defender o salário mínimo de R$ 600 e participará ativamente da discussão por um valor acima dos R$ 545, proposto pelo Planalto. O tucano fechou acordo com os líderes do governo, Cândido Vacarezza (PT-SP), do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), e da Minoria, Paulo Abi-Ackel (MG), para que a votação do novo piso aconteça na próxima quarta-feira (16) em sessão extraordinária. O pacto firmado entre as lideranças prevê que a Câmara criará uma comissão geral para discutir o assunto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com representantes dos trabalhadores antes da votação em plenário.

“Queremos discutir essa questão com toda sociedade. Todos sabem que defendemos os  R$ 600, mas não seremos intransigentes, caso seja possível algum entendimento em relação a um valor maior que aquele apresentado pelo governo”, explicou o tucano que convocou reunião com a bancada do PSDB na Câmara para debater o assunto na próxima terça-feira (15).

De acordo com Duarte, com a comissão geral todos os parlamentares poderão se pronunciar e defender suas teses e posicionamentos sobre o piso salarial, já que as emendas com propostas maiores que R$ 545, inclusive a do PSDB, serão objeto de votação nominal.  A ideia do acordo, segundo o deputado, é fazer com que a sociedade seja representada na discussão sobre o aumento. “Será uma espécie de audiência pública para que o ministro apresente seus argumentos e as centrais sindicais, a sociedade, os partidos e os técnicos possam apresentar suas defesas e teses de outros valores e, só assim, definir o valor final”, afirmou Duarte.

A proposta do governo que estabelece o valor de R$ 545 e uma política de reajuste até 2014 já foi encaminhada ao Congresso Nacional. A regra para o mínimo estabelece que o reajuste dos valores será feito com base na inflação do ano anterior e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. A fórmula é a mesma em vigor desde 2007. (Reportagem: Djan Moreno com informação da Rádio Câmara/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)