Promessas requentadas


Para tucanos, discurso de Dilma no Congresso foi vazio e não passou de uma carta de intenções

Parlamentares do PSDB consideraram superficial e meramente protocolar o pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff na abertura dos trabalhos legislativos nesta quarta-feira (2) no Congresso. “Ela fez um discurso sem muita densidade do ponto de vista de compromissos”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP). Para o líder da Minoria na Casa, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), o pronunciamento foi marcado pela obviedade. “Todo o Congresso esperava um plano estratégico, sobretudo para as questões mais fundamentais para a vida do brasileiro”, reprovou.

Senadores tucanos que acompanharam a fala da petista também não gostaram do que ouviram. Para Aécio Neves (MG), o discurso foi vazio de conteúdo. “É um belo conjunto de boas intenções, não muito diferente do que o presidente Lula fez há oito anos. Ouvi com respeito, mas vou guardar meus aplausos quando estas promessas se transformarem em ações, sobretudo em relação às reformas”, avaliou o tucano à Agência Estado.  Para o ex-governador de Minas Gerais, faltou, por exemplo, qualquer menção ao fortalecimento de estados e municípios.

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Aloysio Nunes Ferreira (SP) também reclamou da falta de propostas concretas. Para o tucano, a defesa da petista de uma política de longo prazo para o salário mínimo tem o objetivo de tirar o foco da discussão de um aumento maior do que os R$ 545 defendidos pelo governo para 2011. A mesma agência de notícias, o tucano também ironizou as promessas feitas no discurso. “Continua tudo sem sentido, vazio, uma carência de rumos concretos e muitas promessas. Faltou só anunciar a cura do câncer”. Para o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), o desafio é transformar as palavras em atos. O tucano também considerou fracas as referências sobre a reforma tributária e o salário mínimo.

Além da superficialidade, os parlamentares do partido apontaram outros problemas no pronunciamento da petista. Duarte Nogueira lamentou a falta de reconhecimento às mudanças sociais e econômicas no país iniciadas desde o governo de Itamar Franco, recém-empossado senador. “Ela não teve a grandeza de reconhecer que a estabilidade da moeda e os ganhos da nossa economia, do poder aquisitivo e da melhoria da qualidade de vida começaram naquele período”, destacou.

Promessas requentadas sobre ações de combate a enchentes, de investimentos em infraestrutura e de apoio a reformas institucionais também foram lembradas pelos tucanos. “Apesar de estarem  governando o Brasil há mais de oito anos, os mesmos problemas estão sendo repetidamente diagnosticados, mas não solucionados”, apontou Duarte, ao se referir à promessa da petista de adotar ações preventivas contra as chuvas que assolam o país a cada verão. “Quanto à reforma política, ela podia ter apresentado algo muito mais consistente, mas fez apenas uma referência superficial, como já havia ocorrido outra vez em relação ao campo tributário”, completou Abi-Ackel.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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2 fevereiro, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Promessas requentadas”

  1. Isaías Lins de Souza disse:

    Senhores Parlamentares, há muito a realidade da educação vem afligindo grandemente uma parcela bastante expressiva da sociedade brasileira. A violência, as agressões constantes que são do conhecimento de todos. Os professores pernambucanos levaram um golpe tremendo quando souberam que não tinham direito a isonomia salarial. A categoria já havia conseguido várias vitórias judiciais, por fim, aquilo que era de direito dos profissionais da educação foi transformado em ação inconstitucional. Seria bastante relevante se os congressistas Tucanos analisassem esta questão dos educadores pernambucanos.

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