Omissão federal
Governo não fez nada para evitar tragédia na região serrana do Rio, afirma Mendes Thame
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) criticou nesta quarta-feira (19) o lançamento feito pela presidente Dilma Rousseff do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais como resposta à catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro. O tucano destaca que trata-se de uma promessa antiga, pois o governo Lula firmou compromisso internacional ainda em 2005 para amenizar os efeitos das enchentes em todo o país.
Após o tsunami na Ásia, o Brasil e outros 167 países assinaram um acordo para assegurar que, até 2015, todos os governos teriam métodos para reduzir mortes causadas por desastres naturais. Passados seis anos praticamente nada foi feito e a expectativa da sucessora de Lula é de entregar o mecanismo de alerta apenas em 2014.
“Até agora nada foi feito e nós vemos se repetir essas dramáticas tragédias como aconteceu na região serrana do Rio. O pior de tudo é que o governo não disse que vai instalar com imensa rapidez, com a urgência que o caso pede, para já evitar no ano que vem a repetição desses eventos tão trágicos,” lamentou Mendes Thame.
Em um documento revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o próprio governo federal admitiu à ONU que não tem sistema de alerta, nem destinou recursos para transformar em realidade o acordo do qual é signatário. Além disso, a gestão do PT também admite que o sistema de Defesa Civil está “despreparado”.
Segundo o parlamentar, como 2015 é o prazo máximo para que os sistemas de prevenção e alerta sejam adotados nos países que se comprometeram, a imagem diplomática do país poderá ficar manchada, caso não consiga cumprir o prazo. “A verdade é que o governo não tem planejamento e trabalha ao sabor das circunstâncias, da conjuntura. Quando passar a época das chuvas esse assunto vai ser deixado de lado. Ficará abaixo de outros que acabam tomando a atenção e sendo priorizados pelos governantes”, critica Mendes Thame.
O tucano defendeu ainda uma cobrança contundente da população e da imprensa pela adoção de medidas preventivas neste setor. “É preciso que haja uma conscientização maior, uma pressão da sociedade e da mídia para que, passada a época das chuvas, esses casos gravíssimos não sejam totalmente enterrados ou caiam no esquecimento”, afirmou.
Prazo “assustador”
→ O governo Dilma pretende, em quatro anos, reduzir em 80% o número de vítimas de tragédias nas áreas cobertas pelo novo sistema e fazer cair pela metade o total de vítimas. Mas para a consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir, o prazo é “assustador, surpreendente e triste”.
→ De acordo com Debarati, “se medidas concretas não forem tomadas hoje, mais gente poderá morrer”. “Essa tragédia está se transformando em uma grande vergonha e constrangimento para o governo brasileiro”, avaliou a consultora da ONU.
baixe aqui(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)
Não fez nada nesse ano e nem no ano passado e segundo o Ministro Aloysio Mercadante só estarão prontos e aptos daqui a 4 anos. Portanto enquanto isso…