Herança maldita
Descontrole de gastos federais na gestão Dilma pode provocar elevação dos preços, alerta Gomes de Matos
O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) alertou nesta terça-feira (11) para o risco de um retorno da alta inflação provocado pelo descontrole fiscal do governo Lula. Segundo o tucano, a nova presidente terá que cortar gastos e conduzir com austeridade as contas públicas, ações ainda não sinalizadas por Dilma Rousseff. Em 2010, a inflação fechou em 5,91%, bem acima da meta de 4,5% fixada para o período. O próprio governo foi um dos responsáveis pela alta ao gastar mais do que estava previsto para cumprir a economia proposta por sua equipe econômica. O deputado adverte ainda que a estrutura administrativa montada pela petista para governar o país também gera gastos elevados.
“Infelizmente Lula não deixou uma herança bendita para sua sucessora, pois a inflação já estava há anos estabilizada, mas com sua desgovernança, principalmente quando entrou na campanha e abandonou a administração do país, já está gerando maus resultados”, destacou. Segundo Gomes de Matos, o problema também está na grande quantidade de ministérios. “Isso tudo é despesa e o novo governo até agora não apresentou nenhuma proposta de economia. Como vai controlar esses gastos?”, questionou.
O parlamentar alerta que, caso situações como as ocorridas durante o governo Lula continuem acontecendo, a população será ainda mais prejudicada por causa da inflação. No ano passado, a equipe econômica do ex-presidente se propôs a economizar 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pagamento de juros da dívida pública (o chamado superávit fiscal primário), mas só conseguiu poupar 1,6% do PIB, segundo cálculos do Banco ABC Brasil. A diferença representa R$ 58 bilhões, que ajudaram a alavancar a inflação.
Segundo reportagem do jornal “O Globo”, o governo “afrouxou a disciplina fiscal” em 2010 por dois caminhos. Fez manobras contábeis (como a capitalização da Petrobras) de R$33,3 bilhões, que lhe permitiram gastar mais sem o equivalente efetivo do lado das receitas, e injetou diretamente na economia R$ 24,7 bilhões ao turbinar despesas correntes e com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
De acordo com o deputado, a partir do momento em que se passa a ter inflação, motivada não só pelo preço de alimentos e commodities, mas também pelo descumprimento de metas fiscais, a balança comercial se desestabiliza. “Precisamos estar atentos para isso, a fim de que a inflação não volte para ficar”, alerta.
Segundo Gomes de Matos, não há sintonia entre os discursos da presidente da República e seus ministros da área econômica. Apesar disso, o tucano torce para que o governo encontre o caminho certo para cortar gastos, economizar e assim controlar a inflação, evitando que a população seja prejudicada.
Para CNI, crescimento da economia ficará comprometido sem cortes
→ Ainda de acordo com o “Globo”, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) propôs ontem um corte de R$ 40 bilhões no Orçamento da União de 2011, aprovado pelo Congresso. A entidade representante do setor industrial está preocupada com as pressões inflacionárias dos gastos cada vez maiores do governo. Para cumprir a meta de superávit de R$ 117 bilhões em 2011 (3,1% do PIB), a União precisa enxugar o atual Orçamento em pelo menos R$ 32 bilhões.
→ Em nota técnica, a CNI afirma que gastar menos é um fator decisivo para o governo controlar a inflação sem precisar elevar a taxa de juros a médio prazo. “A política fiscal expansionista dos últimos anos precisa ser revista. Caso esse caráter não seja alterado, o esforço da política monetária para conter um excesso de demanda que pressione a inflação será maior e irá comprometer o crescimento da economia”, diz o comunicado.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)
Corte despesas, a começar pelos milhares de cargos comissionados e com alto salarios, funcionários fantasma, fora as corrupçoes e tudo mais….
Governe o Brasil com respeito aos contribuintes e honestidade, caso contrario a vaca vai para o brejo.