Artigo
O tom de Anastasia, por Rodrigo de Castro (*)
Anastasia toma posse à frente do governo de Minas estabelecendo, como prioridade, a gestão da cidadania, que representa a terceira fase de um processo de desenvolvimento iniciado em 2003, com o “choque de gestão”, e seguido com o “estado de resultados”.
Essa terceira onda do desenvolvimento de Minas Gerais é a culminância de um programa de governo de cuja criação e implantação Anastasia participou intensamente ao lado de Aécio Neves. Iniciou-se com o esforço de saneamento das finanças do estado e com as reformas estruturantes capazes de supri-lo das condições necessárias à promoção do bem-estar social da população mineira. No segundo momento, buscou-se o aprimoramento do aparelho do estado para que se pudesse realizar mais com menos.
Agora, o foco é a participação do cidadão não somente nas conquistas do estado, como também, e antecedentemente, na construção do próprio processo de desenvolvimento. Anastasia quer aproximar o estado das pessoas e estas do estado, através de uma governança participativa e, como resultante disso, a criação de um sistema de redes de integração dos bens e serviços públicos em todas as áreas sociais.
A ativa participação de Anastasia no desenvolvimento de Minas nos últimos oito anos, o seu entrosamento com Aécio Neves e o conhecimento que tem de nossos problemas e das soluções técnicas e políticas viáveis tornam a continuidade da ação administrativa, em Minas Gerais, a expressão mais segura, mais racional e mais efetiva da mudança. Mudança com objetividade de rumos e clareza de metas. Mudança com a experiência do caminho. Mudança, sem tempestade, mas com os ventos da inovação que garantem passos largos e decisivos na conquista do desenvolvimento.
Continuidade de princípios que até aqui deram a sua marca: transparência dos atos de governo, intolerância com a corrupção e desvios e cobrança ferrenha dos objetivos e metas estabelecidos. Em seu primeiro dia de governo, Anastasia anunciou, como reafirmação de sua conduta e de sua diretriz, a criação de uma subsecretaria contra a corrupção para atuar, ao lado do controle interno, no combate à corrupção e às irregularidades no uso dos recursos públicos, em todos os níveis da administração.
Continuidade de luta pelo fortalecimento do pacto federativo, com o justo reconhecimento do papel de cada ente na construção do desenvolvimento, compartilhando-se os recursos na proporção de suas responsabilidades republicanas. Também no primeiro dia de trabalho da equipe conduzida por Anastasia, Minas já defende a revisão dos contratos com a União, como forma de alavancar os investimentos. Não se mostra justa uma atualização do estoque das dívidas dos estados e municípios com a União com base nas variações do IGP-DI que chegou, ao final de 2010, a 11%, quase o dobro da inflação – o que, somado aos juros, passaria a representar um encargo da ordem de 19% ao ano. Minas pleiteia um acordo de viabilidade com a União por meio da fixação de novos índices de reajuste, mais compatíveis com a realidade econômica dos estados e mais consentânea com o espírito republicano. Um encargo desse porte compromete a arrecadação, diminuindo o poder de investir do estado.
Continuidade de luta pelos grandes projetos. Ao assumir o governo, Anastasia voltou a cobrar, do Governo Federal, prioridade para obras como a duplicação da BR-381, no trecho de Belo Horizonte a Governador Valadares, obra que sabiamente definiu como “questão de humanidade”, em virtude das mortes que ensejaram batizar aquele trecho como “rodovia da morte”. Foram objeto também do apelo de Anastasia ao apoio federal obras como o anel rodoviário e o metrô de Belo Horizonte.
Minas tem a sorte de recomeçar um novo ciclo de desenvolvimento com quem conhece e já desbravou o caminho. E isso é a melhor certeza de que se vai avançar.
(*) Rodrigo de Castro é deputado federal pelo PSDB-MG.(Foto: Paula Sholl)
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