Entrevista na TV
Alvaro Dias promete oposição contundente, cobra reformas e defende autonomia do Congresso
O novo líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), foi o convidado desta semana no “Jogo do Poder”, programa exibido pela Rede CNT na noite desta quarta-feira (22). Entre outros pontos, o tucano avaliou as perspectivas da oposição, as reformas prioritárias para o país, além da prática recorrente do governo de editar medidas provisórias, reduzindo o papel do Congresso de elaborar e votar leis. O parlamentar também destacou a necessidade de maior interdependência entre os poderes e de reabilitação da autonomia do Legislativo.
Segundo o tucano, a redução no número de parlamentares na próxima legislatura tornará mais difícil o cumprimento das funções da oposição, mas isso será compensado pela firmeza que marcará a atuação dos partidos não aliados ao Planalto na defesa dos temas de interesse da sociedade. “Trabalharemos como uma oposição contundente em muitos momentos e que buscará uma interação maior com segmentos da sociedade para ampliar suas forças. Queremos atuar para cumprir nosso papel de denunciar e fiscalizar o governo”, prometeu o tucano.
De acordo com ele, a dificuldade para alcançar uma aproximação maior com os segmentos organizados ocorreu porque durante o governo Lula a oposição enfrentou um jogo desigual e “um aparelhamento brutal do Estado”. “Há uma relação de promiscuidade do Executivo com organizações não governamentais e corporações sindicais sustentada pelo dinheiro público. Vamos nos aproximar daqueles grupos que não concordam com essa postura”, explicou, ao afirmar que a experiência desse período ajudará a oposição nos próximos anos.
Alvaro Dias também defendeu a autonomia do Legislativo e afirmou que a submissão do Congresso ao governo, praticada durante a “era Lula”, também enfraqueceu a oposição, além de ter dado espaço para a prática de negociações espúrias como o mensalão. “A interdependência consagrada na Constituição tem que ser revigorada. O poder Legislativo não tem exercitado sua autonomia plenamente, pois tem sido subjugado pelo Executivo. Com isso, surgiu o mensalão, o balcão de trocas”, alertou.
O líder tucano fez uma defesa das reformas políticas e tributária e afirmou que ambas ainda não aconteceram porque não houve interesse do governo. “Num presidencialismo forte como o nosso, só quando o presidente da República se interessa e lidera o processo é que a reforma acontece”, explicou. Para que haja uma reforma política, o tucano também destaca a necessidade de participação de especialistas em legislação eleitoral, juristas, entidades representativas dos trabalhadores, imprensa e também da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em relação à reforma tributária, Alvaro também lamentou o desinteresse do Planalto. “O governo federal hoje arrecada horrores, e cada vez mais. Por isso, tem receio de perder receitas. A visão é imediatista, oportunista e não há perspectiva de futuro. Se tivesse, a reforma ocorreria, já que certamente com a redução da carga tributária o país crescerá mais e o governo arrecadará mais, só que com o povo pagando menos. Se a nova presidenta não se interessar, passaremos mais um mandato sem essa reforma”, apontou.
O senador falou ainda sobre as medidas provisórias, que têm sido usadas como instrumento para fortalecer o presidente da República. Segundo ele, 80% delas são inconstitucionais. Além disso, o parlamentar afirma que as MPs enviadas pelo presidente ao Congresso geralmente tratam de diversos temas ao mesmo tempo, e quando aprovadas, sobretudo na Câmara, recebem ainda mais temas e pontos contraditórios, caracterizando uma verdadeira “árvore de natal com imensos penduricalhos”. (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: reprodução do YouTube/Áudio: Elyvio Blower)
Assista a íntegra da entrevista AQUI.
Achei ótima a postura de Alvaro Dias. Ainda penso que se tivesse sido ele o vice do Serra teríamos vencido. Ele é firme e sabe o que diz. Parabéns Senador!… Vamos cobrar até o último tostão do PT , o partido mais corrupto da história da República!…
Parabéns Álvaro Dias. Concordo com suas palavras na entrevista na CNT. Terão 4 anos de muita luta.Precisamos restaurar a Ética e a Honestidade no Congresso, caso contrário serão mais anos de corrupção deslavada.A Oposição terá que ser firme e não se deixar levar pelo rolo compressor dos governistas que só visam o seu próprio bolso.Lula fez um estrago imenso em seus 8 anos de governo.Trabalhou pouco, viajou muito e mentiu muito para o povo.Pelo discurso de despedida viu-se que ele continua achando que foi ele quem descobriu o Brasil.Não podemos mais aceitar esse tipo de discurso e de atitudes que não condizem com a realidade dos fatos.
O meu fraterno abraço.
Maria Clark
Bravo Álvaro Dias. Vamos ensinar ao PT que o país pertence aos brasileiros e não para servir aos companheiros, com este discurso de enganação ao povo mais humilde. O sucesso do governo Lula só foi possível graças ao governo do FHC, que colocou o pais nos trilhos acabando com a inflação. Todo o resto foi consequência. Agora o Lula fica se gabando, como se o bom momento do País se devesse a única e exclusivamente ao seu Governo, que nada fez de importante, que seria as reformas, impresindíveis para o País avançar. O espertalhão só deu sequência no que já estava pronto, herdado do governo do FHC. Assim é fácil.
Um abração.
Marcos Ribeiro