Passageiros castigados
ITV: voo que sai na hora é miragem na paisagem dos aeroportos brasileiros
Em carta de conjuntura divulgada nesta segunda-feira (20), o Instituto Teotonio Vilela (ITV) destaca os problemas enfrentados pelos passageiros nos aeroportos neste fim de semana, algo que virou rotina ao longo do governo petista. “A fila de contratempos que os brasileiros estão enfrentando neste fim de ano nos aeroportos do país é cortesia de Lula e seus subordinados”, diz trecho do documento, cuja íntegra está disponível abaixo.
O piloto sumiu, de novo
Começou o pesadelo. Os aeroportos brasileiros viveram um fim de semana de caos, numa triste rotina que se repetiu ano após ano da gestão Lula sem que as autoridades aeroportuárias mexessem uma asa para mudar a situação. Há um mês, o governo anunciou que estava se preparando para evitar o pior; não conseguiu entregar a encomenda.
De acordo com a Infraero, até as 19h de ontem, 16,4% dos pousos e decolagens domésticos apresentavam atrasos com mais de 30 minutos. Nos principais terminais do país, a situação era ainda pior. Em Brasília, por exemplo, um de cada quatro voos não saiu no horário previsto. Cumbica, em Guarulhos, registrou 21,9% de atrasos e o Galeão, 20,4%.
Justiça seja feita, quando anunciou seu plano de voo para o fim de ano, nas entrelinhas a Anac já preparava o usuário para o purgatório. Na reunião de um mês atrás, avisou que esperava uma média de atrasos e cancelamentos nos mesmos patamares de 2009. Era uma espécie do que se pode chamar de “política Tiririca”: “Pior do que tá num fica”. Ficou.
Em um ano, fomos de mal a pior. Segundo O Globo, no fim de semana da véspera de Natal do ano passado 9,45% dos voos previstos atrasaram. Ou seja, os índices de desempenho pioraram 73%. O limite considerado tolerável pela Aeronáutica é de 10% e a média dos aeroportos americanos, de 8%.
Os atrasos nos aeroportos do Brasil não são pontuais, são rotina. Em sua edição de ontem, O Estado de S.Paulo mostrou em manchete que a média de atrasos acima de meia hora foi de 20,7% na primeira quinzena de dezembro. Para comparar: em novembro, havia sido de 12,6% e no mesmo período de dezembro de 2009, de 19,2%.
Mas os índices médios camuflam situações ainda mais precárias, que ocorrem justamente nos terminais mais movimentados do país. Em Guarulhos, neste mês o percentual de voos que chegaram ou partiram com atrasos superiores a 30 minutos está em 26,4%. O aeroporto de Natal ocupa a segunda posição no ranking da demora, com 24,5%, seguido pelo Galeão (24,1%) e por Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, com 21,6%.
Voo que sai na hora é miragem na paisagem dos aeroportos brasileiros. Ainda de acordo com o Estadão, neste mês 37% deles atrasaram até 15 minutos; 12,2% demoraram mais de 45 minutos e 7,5%, pelo menos uma hora além do horário marcado para sair do chão. Mas o quadro pode ficar pior com a já anunciada intenção dos aeroviários de deflagrar greve na próxima quinta-feira em prol de melhores salários.
Nada disso, porém, parece sensibilizar o governo do PT. À página 121 do caderno sobre Logística de Transportes de seu alentado balanço de fim de gestão, está escrito que “o governo federal, por intermédio da Infraero, pautou seus investimentos nos aeroportos buscando a manutenção da qualidade, da segurança, do conforto e da eficiência operacional da rede”. Conta outra.
A fila de contratempos que os brasileiros estão enfrentando neste fim de ano nos aeroportos do país é cortesia de Lula e seus subordinados. Uma soma de improvisos que vem de longe, presente daquele senhor de barba branca que se veste de vermelho, a mesma cor do partido do presidente da República. Ho-ho-ho.
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