Festival de mentiras


Balanço oficial do governo Lula é uma peça de ficção, diz líder do PSDB no Senado

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), manifestou nesta segunda-feira (20) indignação pelo registro em cartório, por parte do presidente Lula, de documentos contendo supostos atos do seu governo desde 2003. “O balanço fica na conta do escárnio, do acinte, do deboche, porque é extremamente ficcional”, reprovou o tucano em pronunciamento. (leia a íntegra aqui). De acordo com o parlamentar, no lançamento do calhamaço de mais de 2 mil páginas Lula mais uma vez seguiu um itinerário já conhecido, depreciando os governantes que o antecederam e apropriando-se indevidamente dos feitos deles.

Na papelada que compõe o que o parlamentar classificou de “festival de mentiras” e “peça de marketing” estão obras não realizadas, como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina e as hidrelétricas de Girau e Santo Antonio. Outras, como o trem-bala e a usina de Belo Monte, “não passam de promessas já adiadas”.

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Para Alvaro Dias, a “conta” registrada em cartório pelo presidente em cerimônia no Planalto com a presença de dezenas de bajuladores  “tem só uma coluna, a do crédito”, faltando a coluna do débito. A palavra “dengue”, exemplificou, é citada apenas uma vez nos cinco volumes de documentos, e para dizer que o governo combateu a doença. O líder do PSDB lembrou que houve mais de 900 mil casos no Brasil nos primeiros 10 meses do ano. “A saúde pública é um desastre rotundo, como diria Leonel Brizola, e enfrenta um caos sem precedentes”, citou.

O senador afirmou que seu pronunciamento “deveria ser um discurso sem fim”, tantas as mazelas que, em sua opinião, marcam o governo petista. Ainda na avaliação do parlamentar, “a eleição deste ano foi, provavelmente, a mais corrupta da história do Brasil”.

Senador dá exemplos do que não é dito na papelada oficial

Qualidade dos serviços despenca nos Correios
O balanço diz que o governo trabalhou para assegurar o acesso universal dos cidadãos aos serviços postais, ampliando as áreas de atuação dos Correios.  “A realidade é bem diversa. Os Correios vivem a maior crise das últimas décadas, com deterioração ostensiva na qualidade dos serviços, atraso nas entregas de correspondências e focos de corrupção. Aliás, o grande escândalo do ‘mensalão’ teve início quando alguém apareceu em um vídeo recebendo dinheiro nos Correios”, rebate o senador.

Não existe dengue no Brasil?
No campo reservado à saúde, o balanço menciona a palavra “dengue” apenas uma vez e de forma, no mínimo, curiosa: o governo atacou as doenças transmissíveis reemergentes, como dengue, tuberculose e febre amarela. “Entre janeiro e outubro, foram registrados 936 mil casos da doença, com 592 mortes, e um novo vírus passou a circular, aumentando o risco à população”, lembra o líder tucano ao se referir à dengue.

Enem, a “ferramenta perfeita”
O presidente Lula enaltece as ações do seu governo na área educacional e pede, inclusive, que Fernando Haddad continue como ministro. O Enem é exibido como uma ferramenta perfeita, sem qualquer autocrítica. “Imaginem se não fosse perfeita! Ora, na área educacional o que tivemos foi uma redução de matrículas e o crescimento da evasão escolar. Mas isso é ignorado”, critica Alvaro.

Na aviação, caos é ilusão
O balanço destaca que a Infraero investiu em obras em 40 aeroportos para buscar a manutenção da qualidade, da segurança, do conforto e da eficiência operacional da rede. “Essas informações subestimam a nossa inteligência.  Sabemos que há um caos aéreo, que dos 20 principais aeroportos do país 19 estão com gargalos; que, neste ano, por exemplo, o governo aplicou menos de 1% do consignado no Orçamento para obras nos nossos aeroportos”, comentou Alvaro, para quem os portos também vivem um caos.

Na balança comercial, omissões
O relatório ressalta, por exemplo, que o saldo comercial brasileiro cresceu muito em 2003 e 2005, chegando a US$ 44 bilhões. Em seguida, menciona que, com a valorização do câmbio, declinou para US$ 24,8 bilhões. “Todavia, omite os dados de 2009 e 2010, atualizados semanalmente. A duas semanas do fechamento do ano, o saldo era de US$ 16 bilhões, valor 30% abaixo do registrado no mesmo período de 2009.”

A verdade no saneamento
O balanço destaca o grande esforço do Planalto para superar os problemas na área. Os números reais: de 2003 a 2009, o total de investimentos públicos e privados em saneamento não chegou a US$ 7 bilhões. Entre domicílios com rendimento mensal per capita de mais de dois salários mínimos no Sudeste, 91,6% não possuem rede de esgoto.

Com FHC, produção de petróleo disparou
Enquanto o balanço enaltece as ações da Petrobrás, ignora, por exemplo, que na administração de FHC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2002, a expansão da produção de petróleo atingiu 129%, equivalendo anualmente a um crescimento de 16%. Na administração Lula, de janeiro de 2003 a setembro de 2010, a produção de petróleo aumentou apenas 33%, representando um crescimento anualizado de 4,2%. “Portanto, o presidente Lula não reconhece, esconde o fato e manipula informações, porque, na verdade, no período FHC a expansão da produção de petróleo foi quatro vezes superior ao que se verificou durante o governo Lula”, comparou o senador.

Crescimento econômico aquém dos demais
“A economia do Brasil foi bem, é verdade, mas ela ficou muito aquém do desempenho da economia de países semelhantes ao nosso. Ora, o Brasil alcançou um crescimento econômico ao redor de 26,7% em quase oito anos. Outras nações, como Argentina, 65%. Chile, Peru, todos os países da América Latina, com exceção de três, cresceram mais do que o Brasil. Isso tudo é ignorado.”

Escândalos em série
“Começamos com o escândalo Waldomiro Diniz, impune até hoje. Passamos pelo mensalão, o maior escândalo da história moderna deste país, que revelou uma relação de promiscuidade entre o Executivo e o Legislativo, com o pagamento de propina se transformando em ato repetitivo por parte do Poder Executivo”, recordou.  O tucano citou outros fatos, como a farra com os cartões corporativos e o tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra e a quebra de sigilo do caseiro Francenildo.

Amizades com ditadores
“Houve derrotas sucessivas na condução da política externa brasileira e a aproximação com ditadores. [Lula] passou a mão na cabeça de autoritários de todo o mundo”, lembrou o senador. É notória a relação de amizade do brasileiro com figuras como Hugo Chávez e Fidel Castro.

(Reportagem: Marcos Côrtes com informações da Ag. Senado/ Foto: Geraldo Magela)

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20 dezembro, 2010 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Festival de mentiras”

  1. julio disse:

    Hoje o lula critica, só que os sindicalista estão usando a mesma estratégia que ele usava, criticava – não apontava nenhuma solução e sempre foi senssacionalista, a critica do lula aos sindicalistas é uma blindagem para as burradas que aflorarão do decorrer do ultimo mandato deste partido (PT) que tem a saga de ser podre totalmente, ao longo dos primeiros dois anos verão o povo em quem votaram e quem realmente foi o lula, se não um ilusionista foi mágico mesmo, conseguiu esconder tanta coisa…

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