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Questão fiscal é o principal desafio de Dilma Rousseff na Presidência, avalia Vellozo Lucas

O presidente do Instituto Teotonio Vilela, deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), afirmou nesta sexta-feira (17) que a área fiscal é o principal desafio do governo Dilma Rousseff. Daqui a duas semanas, chega ao fim a “era Lula” com muitos problemas a espera da presidente eleita. A petista terá, por exemplo, que usar a tesoura nos primeiros dias de governo para obter um desempenho fiscal compatível com a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e nos anos seguintes. Além disso, não terá como manter o desempenho deste ano, que se aproxima de um crescimento de 8%, e também precisará agir para impedir uma estagnação econômica.

Para o tucano, a crise fiscal está no centro de todas as questões. “Esse é, sem dúvida, o principal desafio político-administrativo do próximo governo. Nós temos, ao mesmo tempo, que reduzir a carga tributária, ter folga fiscal para diminuir a taxa de juros e para uma política que possibilite o equilíbrio do câmbio, a recuperação da competitividade da produção brasileira e a expansão de investimentos. A taxa de investimento do Brasil é uma das mais baixas do mundo, atrapalhando o crescimento”, avaliou o parlamentar.

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De acordo com reportagem do jornal “Valor”, Dilma precisará também corrigir o efeito cambial, que provoca a perda de espaço da indústria em virtude do real excessivamente forte. Economista, Vellozo Lucas explicou que o país é prisioneiro de uma armadilha fiscal. “O problema fiscal do Brasil hoje está na base das causas que nos levam a ter a taxa de juros mais alta do mundo, uma taxa de câmbio que provoca uma desindustrialização, uma altíssima carga tributária incidente principalmente sobre os mais pobres e os impostos de contribuições indiretas que tiram a competitividade da economia”, enumerou.

Ainda segundo a matéria, a presidente eleita terá de preservar o avanço no crédito, que representava 20% do PIB em 2003 e hoje alcança 50%. Na avaliação de Vellozo Lucas, é preciso que a expansão proporcione também o aumento dos investimentos. “O crescimento do crédito é um fato positivo decorrente da estabilidade da moeda. Isso está permitindo a expansão de consumo da população, mas ainda não está possibilitando a expansão de investimentos. O futuro governo deve ter qualidade no gasto e organizar melhor os procedimentos para executar os investimentos”, destacou, ao se referir ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O tucano lembrou ainda que a principal ação do governo Lula na área de infraestrutura está voltada basicamente para o “marketing político”.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)

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17 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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