Erro eleitoreiro?


Diaz quer explicações do governo sobre pagamentos mais altos do Bolsa Família durante período eleitoral no Rio Grande do Sul

O deputado Cláudio Diaz (RS) apresentou requerimento de informação à  Mesa Diretora da Câmara para que sejam apuradas denúncias envolvendo o programa Bolsa Família. No pedido ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o tucano quer saber porque nos meses de setembro a outubro de 2010, alguns beneficiários receberam aumento do pagamento no Rio Grande do Sul. Na última segunda-feira (6), o jornal “Diário Gaúcho” revelou que algumas famílias foram agraciadas com aumentos de até 154% nos seus benefícios durante o período eleitoral.

A reportagem cita duas moradoras de Alvorada, na região da Grande Porto Alegre, que receberam parcelas maiores nas vésperas dos primeiro e segundo turnos do pleito de outubro.  Ao digitar a senha do cartão no caixa eletrônico, uma diarista levou um susto. Em vez dos R$ 44 habituais, a tela mostrava R$ 112. Com uma dona de casa ocorreu algo parecido. O auxílio saltou de R$ 77 para R$ 112. Mas a alegria delas durou só no período eleitoral, pois em novembro o valor voltou a ser o mesmo de sempre.

Vice-presidente do PSDB e presidente regional do partido no estado, Cláudio Diaz considerou a denúncia gravíssima. Para o tucano, se o uso eleitoreiro for comprovado, trata-se de “crime eleitoral e uso da máquina do governo”. “O governo federal pagou valores nesses dois meses superiores aos que vinham sendo operados. Tivemos a informação que foi um erro de cálculo. Mas um erro justamente às vésperas das eleições?”, questionou o deputado.

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O parlamentar fez o pedido ao ministério para saber quantas e quais famílias foram beneficiadas pela falha cometida no pagamento e, desta forma, descobrir se o erro pode ter influenciado nas eleições de 2010. “Queremos saber se isso foi proposital. Caso isso for configurado, podemos abrir uma CPI sobre o assunto”, afirmou Diaz.

Segundo o  deputado, o ministério está se limitando a informar que o fato foi fruto de um erro no sistema da Caixa , não informando se o equívoco se deu por falha no sistema, ou por erro humano, ou ainda, se esta é a primeira vez que tal problema acontece.  “Em se tratando de uma falha no sistema de pagamento, é de especial relevância o fato do órgão só ter percebido um erro tão vultoso depois de dois meses de alentado prejuízo ao erário. E, em respeitos aos princípios norteadores da administração pública, cumpre esclarecer como tal prejuízo será ressarcido”, pede ele em seu requerimento. (Reportagem: Letícia Bogéa/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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10 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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