Alimentos mais caros


Inflação pode diminuir poder de compra do trabalhador, alerta José Aníbal

Quando você oferece muito crédito, estimula fortemente o consumo e não tem o crescimento correspondente da produção, a tendência é a inflação crescer. Essa é a análise feita nesta quinta-feira (9) pelo deputado José Aníbal (SP) sobre a elevação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano. Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, a inflação em 2010 chegou a 5,25% até novembro, o maior índice em quase seis anos.

O aumento no valor dos alimentos fez com que os preços avançassem 0,83% em novembro. A carne, por exemplo, acumula um aumento de 26,79%, de acordo com o IPCA. Os alimentos sofreram o maior aumento desde abril de 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para José Aníbal, o crescimento do país precisa ser real e não um faz de conta como fez o presidente Lula. “É muito bom crescer o consumo da população, mas não se pode fazer um crescimento artificial que acaba impactando na inflação. Daí o Banco Central aumenta de novo as taxas de juros, segura o crédito e reprime o consumo. Dessa maneira, é criada uma euforia momentânea seguida de uma situação de contenção”, avaliou o tucano.

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O deputado espera que a política econômica do governo Dilma atenda os interesses da população e consiga frear a inflação, como foi feito no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que implantou o Plano Real e pôs um fim na alta dos preços.

“É preciso que a renda do trabalhador não perca valor porque os preços estão crescendo mais do que a própria renda dos assalariados. Isso nós não podemos admitir. Assim, o trabalhador vai comprar menos frango, macarrão, feijão e isso não é bom”, criticou.

Segundo a reportagem da “Folha”, o consumo em alta graças à expansão da renda principalmente das classes mais baixas no Brasil e nos demais emergentes e menor oferta de trigo, derivados, outras commodities (soja e milho) e carnes explicam a pressão dos alimentos.

O grupo registra aumento de 8,95% de janeiro a novembro – pouco abaixo do triplo da taxa de 2009 (3,18%). Diante desse cenário e com a resistência dos preços dos serviços, analistas acreditam em nova rodada de elevação dos juros já nos três primeiros meses do governo Dilma Rousseff.

Diante desses dados, o parlamentar acredita que o país não deve crescer em 2011 como neste ano. Segundo Aníbal, o governo não pode perder o controle da inflação e dos gastos públicos como fez o presidente Lula com a sua “gastança desenfreada” com intenção eleitoral nos dois últimos anos.(Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda/ Áudio: Elyvio Blower)

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9 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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