Negócio inconsequente


Caixa foi irresponsável quando comprou ações do Panamericano, afirma Kaefer

O deputado Alfredo Kaefer (PR) cobrou nesta segunda-feira (6) punição para os responsáveis pelas fraudes no Banco Panamericano. Relatório do Banco Central (BC) aponta 14 executivos da financeira, como responsáveis pelo rombo de R$ 2,5 bilhões descoberto no banco do dono do SBT, o apresentador Sílvio Santos. Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o  BC sugere o enquadramento dos apontados na lei do colarinho branco. Nestes casos, a legislação prevê pagamento de multas e prisão de até 12 anos para administradores de bancos condenados por gestão fraudulenta.

De acordo com o tucano, diante da fragilidade do Panamericano, a direção da Caixa Econômica Federal foi inconsequente ao comprar 49% das ações ordinárias (que dão direito a voto nas assembleias da empresa), o que equivale a cerca de 35% do capital total do Panamericano. A operação custou R$ 739,2 milhões aos cofres públicos.

“Me parece que foi irresponsável a atitude da Caixa em não fazer uma avaliação profunda. E está aí o resultado com prejuízos para todos os brasileiros, pois em última instância, somos donos da Caixa, responsável por uma avaliação errada”, destacou.

O parlamentar não descarta ter havido um jogo de interesses por parte do governo Lula, já que tanto o Ministério da Fazenda quanto o banco estatal fizeram vistas grossas durante a transação e não fizeram uma análise criteriosa sobre a saúde financeira do banco de Sílvio Santos. “Porque o Banco Panamericano? Porque não o banco do Pedro, do Paulo ou do Francisco? Porque o Banco Panamericano, vinculado a um grupo de comunicação, que teve influência no período eleitoral?”, questionou.

Kaefer disse ainda que em audiência no Congresso Nacional, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, lembrou que não cabe a instituição fiscalizar a situação financeira dos bancos e mesmo se fizesse, não poderia torná-las públicas para não causar turbulências no mercado financeiro. O Banco Panamericano só não quebrou porque Sílvio Santos tomou empréstimo de R$ 2,5 bilhões no Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir o rombo e deu seu patrimônio avaliado em R$ 2,7 bilhões como garantia.

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(Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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6 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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