Educação sem qualidade


Para Rogério Marinho, aprendizado na escola pública só vai melhorar com cobrança de resultados

O deputado Rogério Marinho (RN) lamentou nesta quinta-feira (2) o baixo aprendizado dos alunos das escolas públicas em todo o país. Segundo estudo divulgado pelo movimento “Todos pela Educação”, apenas 11% dos estudantes que terminam o 3º ano do ensino médio sabem o conteúdo apropriado de matemática e apenas 14,8% dos que concluem o ensino fundamental compreendem essa disciplina.

Para mudar a atual realidade, o tucano acredita que é preciso, em primeiro lugar, que o governo atual estabeleça uma política de mérito educacional com responsabilização dos agentes do setor e cobrança de resultados. “Ou você responsabiliza as pessoas para que se comprometam a melhorar a qualidade do ensino ou, infelizmente, vamos continuar nos arrastando nessa discussão”, ressaltou.

Em língua portuguesa, o mesmo levantamento revelou ainda que apenas 28,9% dos alunos no fim do ensino médio têm compreensão adequada da matéria. Na conclusão do ensino fundamental, o índice não passa de 26,3%. E entre os alunos de 5ª série, chega a 34,2%.

Na avaliação de Marinho, apenas aumentar o salário dos professores, como pretende o governo, também não resolve o problema. “O governo tem que mudar sua concepção sobre o que é educação pública. Querem melhorar a educação falando apenas do aspecto salarial, quando a educação é muito mais ampla”, criticou.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, os dados fazem parte do relatório “De olho nas metas”, elaborado anualmente por um grupo de especialistas e interessados em educação que acompanha cinco objetivos que devem ser cumpridos até 2022. A meta mais importante sugere que 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é adequado para a sua série. Segundo o estudo, se a evolução continuar no ritmo atual o Brasil só vai atingi-la em 2050.

O deputado defendeu a aplicação de maneira mais eficiente dos recursos existentes para o setor. “Mas, o que precisamos mudar, principalmente, é a ótica de como o governo atual trata a educação pública. A educação tem que ser prioridade no país. Não adianta só colocar dinheiro no sistema e não se cobrar resultado. É preciso mudar a forma de como o governo enxerga a educação pública”, acrescentou.

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(Reportagem: Letícia Bogéa/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio:Elyvio Blower)

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2 dezembro, 2010 Últimas notícias Sem commentários »

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