Guerra contra o tráfico


Tucanos apontam ações para combate efetivo ao crime organizado no Rio de Janeiro

Após a operação policial bem sucedida no Complexo do Alemão neste domingo (28), parlamentares do PSDB apontaram diversas ações para que o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro tenha continuidade. Com o auxílio das Forças Armadas, os policiais ocuparam a comunidade controlada por bandidos munidos de armas de guerra durante três décadas. A operação policial nos morros e favelas cariocas começou há uma semana após uma série de ataques e incêndios a veículos, atribuídos a uma resistência dos criminosos à instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Delegado da Polícia Federal e ex-secretário de Segurança Pública do Estado, o deputado Marcelo Itagiba (RJ) afirmou que a união de forças dos diversos segmentos responsáveis pela segurança pública no país para enfrentar as facções criminosas é essencial. “As corporações deixaram de lado seus interesses para pensar no interesse da população e libertá-la do jugo de traficantes fortemente armados. A polícia sempre entra em qualquer lugar e enfrenta qualquer tipo de bandido. A dificuldade é permanecer nesses locais após o enfrentamento com a criminalidade”, destacou nesta segunda-feira (29).

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Segundo Itagiba, o problema deve-se principalmente ao limitado contingente de policiais que não é suficiente para fazer ao mesmo tempo a ocupação e o policiamento ostensivo nas ruas. O tucano defende a realização de concursos públicos para aumentar o número efetivo das polícias no Rio. “Foi dado o primeiro passo. Agora é preciso manter essas áreas ocupadas de forma permanente para que os criminosos não voltem como aconteceu dois anos atrás na operação no Complexo do Alemão”, relembrou.

Para o senador Alvaro Dias (PR), a segurança pública deve ser uma questão prioritária do Estado. Ele também defendeu a interação do Exército, da Polícia Federal e das polícias estadual e municipal. O tucano criticou a omissão federal durante tanto tempo. “Há uma pergunta que não pode deixar de ser feita: por que só agora? Por que depois de tanto tempo? A autoridade pública tem que se impor sempre, não apenas em determinadas circunstâncias. Quando ela não se impõe, a marginalidade cresce, se avoluma”, questionou.

O parlamentar cobrou uma ação federal para combater o contrabando de armas e drogas nas fronteiras do Brasil. O senador apoia a instalação de uma CPI para investigar o problema. “Considero importante como providência, a partir de agora, o controle do contrabando de armas e de drogas em todas as fronteiras do país. É evidente que não basta combater o tráfico, os traficantes, a violência, a criminalidade nos centros urbanizados. A violência começa lá na faixa de fronteira, com o contrabando e o tráfico de drogas”, avaliou.

Na avaliação do deputado Otavio Leite (RJ), além do combate ao tráfico, é preciso criar oportunidades para a população das favelas. “Todos queremos que o Estado se institua na sua plenitude nesses territórios e seja respeitado como agente da lei. Mas é preciso criar horizontes concretos para as pessoas que lá vivem, pois a grande maioria está desamparada e sem emprego. É preciso que elas tenham oportunidades de se desenvolver como cidadãs e isso só faz por meio de oportunidades de trabalho”, apontou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Brizza Rodrigues e Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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29 novembro, 2010 Últimas notícias 2 Commentários »

2 respostas para “Guerra contra o tráfico”

  1. Ernesto disse:

    Outro passo fundamental e inadiável é o combate às milícias. Eles representam uma grave ameaça pois, são mais organizadas e eficientes que os narcotraficantes. Se este problema tb não for fortemente combatido, criará outros sérios problemas de segurança. Espero não termos que esperar mais 20 anos para ver acontecer uma ação concreta neste sentido.

  2. jOÃO ROCHAEL disse:

    A nosso ver, a atual decisão do governo em relação ao combate dos tráficantes e badidagem no Rio de Janeiro, nada ou pouco efeito surtirá. São apenas medidas paliativas e momentâneas,pois o poder do tráfico nos morros da cidade é muito grande e resistirá logo mais adiante. com a retirada dos militares federais e polícia estadual. Só existe uma solução, o que aliás é de custo altíssimo e quase impossível de ser levado a efeito pelos executivos federal, estadual e municipal que seria a desocupação gradual e total dos morros mais visados e posteriormente de outros. Em consequência haveria a construção de conjuntos habitacionais por toda a cidade aos moradores necessitados, subsidiados pelo Poder Público.

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