Eficiência reduzida
Bruno Araújo: aparelhamento político manchou imagem dos Correios
O deputado Bruno Araújo (PE) culpou o governo federal por permitir que os Correios se tornassem alvo de reclamação da população e símbolo de má prestação de serviços, fatos que mancharam a história de eficiência da estatal. O Tribunal de Contas da União (TCU) comprovou em auditoria que dobrou o percentual de cartas não entregues no prazo desde 2009. E de acordo com o tipo de encomenda, os adiamentos quintuplicaram. Para o tucano, a principal causa pela queda na qualidade do atendimento é o aparelhamento político realizado pela gestão Lula na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
“Os Correios sempre tiveram uma boa avaliação e grande crédito por parte da população. Esses serviços foram diminuindo sua eficiência e sua qualidade ano após ano devido ao aparelhamento que o governo deu à instituição. Técnicos, funcionários de carreira, que presidiam e gerenciavam a instituição, foram trocados por pessoas para atender demandas políticas”, criticou.
Além das falhas administrativas, parte da deterioração do sistema é creditada aos problemas da Rede Postal Aérea Noturna (RPN). Atrasos e cancelamentos de voos da Master Top Linhas Aéreas (MTA), obrigaram a estatal a gastar R$ 17 milhões com substitutas. A MTA esteve no centro do escândalo que tirou a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra do cargo. A empresa teria pago propina a Israel Guerra, filho da ex-ministra, para renovar sua concessão na Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
Ainda de acordo com o relatório do TCU, o “resto médio” diário de correspondências simples passou de 5% em 2009 para 9% neste ano. O resto é a carga destinada a cada carteiro e não entregue na data. Nas entregas mais complexas, a parcela subiu de 1% para 5%. Em consequência dos tropeços administrativos houve uma explosão de reclamações. Em julho, as queixas referentes aos serviços de entregas não expressas e de Sedex aumentaram 600%, em relação ao mesmo mês do ano passado.
“Deixou-se de lado os requisitos técnicos e os serviços caíram muito. O aumento das reclamações demonstra que o aparelhamento atingiu o maior símbolo de eficiência no Brasil”, lamentou Bruno Araújo.
Segundo o deputado, a população é a maior vítima da má gestão que provocou a crise na estatal. Além disso, o tucano afirma que a ECT também perderá espaço no mercado graças ao descrédito. Para Bruno Araújo, alguns serviços prestados pela empresa podem ser executados pelo mercado privado, que tem aproveitado para ganhar espaço em cima das falhas dos Correios.
baixe aqui(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)
Estatal teve “ano negro”
→ A média mensal de indenizações por atraso ou não recebimento de encomenda passou de R$ 399 mil em 2009 para R$ 1 milhão entre janeiro e junho deste ano. De acordo com o relatório, a falta de carteiros e operadores de triagem, associada à demora para realizar concursos, foi a principal causa dos problemas. “Este foi um ano negro para os Correios”, resumiu o relator do caso no TCU, ministro José Jorge, em entrevista ao jornal “O Globo”.
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