Brasil, mostra tua cara!, por Vanderlei Macris


(*) Vanderlei Macris

“Brasil, mostra tua cara!”, assim diz a música eternizada pelo poeta Cazuza. Ironia do destino ou não, o Brasil governado pelo PT voltou a mostrar a cara, e ela é menos simpática do que parecia.

Após todas as promessas, anúncios, exaltação de obras e projetos que muitas vezes nem saíram do papel e outras afirmações para elevar o partido, o PT de Lula e, agora, de Dilma, volta à mesmice de governar um país tão grande e tão complexo com muito descaso. Quem sofre, infelizmente, é o povo.

Não se passaram muitos dias para que os escândalos, a sujeira e a má gestão maquiados pelo marketing de campanha voltassem a aparecer. A cara lavada deste governo é resultado de manchetes tristes que vimos esta semana como o cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o perigo da volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

No primeiro caso, mais de quatro milhões de estudantes decepcionados. Toda a preparação para um futuro foi jogada no lixo, de novo. Este ano foram R$ 128,5 milhões gastos, um salto de 28% em relação a 2009. Contudo, 2009 também tiveram marcas de negligência já que o MEC cancelou o exame após ser avisado por reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” que a prova havia vazado.

Além disso, em agosto deste ano informações sigilosas como RG, CPF, notas e número de matrícula dos estudantes inscritos no ENEM nos anos de 2007, 2008 e 2009 foram exibidas no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). Mais uma vez o caso veio à tona em reportagem do “O Estado de S. Paulo”.

Até quando vamos ver um país que trata a educação, base primordial dos princípios e valores de uma sociedade bem estruturada e desenvolvida, com tamanho desleixo?

Infelizmente, e este lamento é de 46 milhões de brasileiros, por mais quatro anos…

O histórico do governo Federal não é composto só pelas incompetências citadas acima, mas vem mais por aí. Outra medida tirada do saco de maldades da futura presidenta foi o anúncio de que pretende ressuscitar a bendita CPMF, extinta em dezembro de 2007, numa das mais dolorosas derrotas parlamentares do governo Lula no Senado.

Um dos argumentos usados para o retorno do imposto é que ele pode ter alíquota baixa. Contradizendo o começo, porque, na primeira versão, o imposto do cheque também chegou com a promessa de ser magrinho e com o passar dos anos foi engordando, correspondendo em seu último ano de vigência a 1,4% do PIB e abocanhando, em média, uma semana de trabalho de um assalariado.

A futura governante do país coloca a culpa nos governadores e diz que o “chamamento” pela volta da CPMF é deles. Pelo jeito aquela história da reforma tributária, ansiosamente esperada pelo povo que paga um dos impostos mais altos do mundo, já foi esquecida.

É esse o governo que teremos. Aos brasileiros e a oposição, resta atuar com seriedade de maneira a não permitir que esses atos não passem em branco, cobrando e fiscalizando.

Fazemos parte do Brasil com muito orgulho, mas do lado de cá. Daquele que prioriza a responsabilidade da vida humana em todos os sentidos. A cara do Brasil que queremos e que fazemos está sempre à mostra.

(*) Vanderlei Macris é deputado federal pelo PSDB de São Paulo e vice-líder da Minoria na Câmara.

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10 novembro, 2010 artigo, Artigosblog Sem commentários »

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