Bichos sob risco


Tripoli volta a cobrar explicações de ministério sobre morte de animais após vacinação

O deputado Ricardo Tripoli (SP) cobrou novamente uma resposta do Ministério da Saúde sobre a morte de animais domésticos em 11 estados e no Distrito Federal após a aplicação da vacina contra a raiva. Há exatamente um mês, o tucano havia pedido oficialmente esclarecimentos do governo federal a respeito do problema. Nesta sexta-feira (8), Tripoli alertou: se não tiver uma resposta, recorrerá ao Ministério Público Federal para que o órgão investigue o caso e, se necessário, puna o ministério por omissão.

Segundo os números do próprio governo, entre 12 de agosto e 6 de outubro as secretarias estaduais de Saúde notificaram 1.401 ocorrências graves, além de 217 mortes de cães e gatos. Desde agosto, dificuldade de locomoção, hipersensibilidade de contato, intensa prostração dos bichos e casos de hemorragia depois da aplicação das doses já tinham sido registrados.

No entanto, o governo federal só suspendeu a vacinação ontem (7) após o aumento das ocorrências e ainda não informou quais são as causas do problema

. No ofício encaminhado ao ministério há um mês, Tripoli questiona todos os dados envolvendo a aprovação da vacina, inclusive se foram realizados, previamente, testes para verificar possíveis efeitos adversos e colaterais na formulação das doses.

Além disso, pediu esclarecimentos sobre qual laboratório (Tecpar ou Biovet) produziu as 31 milhões de vacinas compradas pelo governo e qual empresa ou órgão público foi o responsável pela distribuição em todos os estados.

Para proteger os animais, Tripoli considera crucial que o ministério descubra logo quais são as falhas dessas doses. “Não podemos aguardar tanto para que o ministério responda a respeito do tipo de vacina adquirida”, ressaltou. “A proteção é importante, pois não podemos deixar que os animais fiquem vulneráveis. Mas por que neste ano eles mudaram o tipo, a compra do lote e o local onde foram adquiridas?”, questionou o tucano.
Governo de São Paulo suspendeu vacinação em agosto; ministério gastou R$ 23,4 milhões em doses que causaram mortes


→ A vacinação foi suspensa ainda em 19 de agosto no Estado de São Paulo depois do registro de 10 mortes e de 800 casos de reações adversas em Guarulhos e na capital. A decisão foi determinada pela Secretaria Estadual de Saúde por precaução.

→ Os casos de mortes de animais após a vacinação ocorreram no Distrito Federal, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins. Nesses 11 estados e no DF foram imunizados, até 6 de outubro, 5,8 milhões de cães e gatos.


→ Do total de doses, já foram distribuídas 22,6 milhões aos estados. O Ministério da Saúde ainda tem 7,3 milhões em estoque. Desde julho, a imunização foi iniciada em 22 estados e no Distrito Federal. Foram vacinados 7,9 milhões de animais. A meta é proteger 28,5 milhões de cães e gatos.
Para a campanha de vacinação antirrábica em 2010, o Ministério da Saúde comprou 30,9 milhões de doses da vacina por R$ 23,4 milhões.


(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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8 outubro, 2010 Sem categoria Sem commentários »

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