Aníbal: investimentos não acompanham arrecadação elevada
Para o líder do PSDB na Câmara, deputado
José Aníbal (SP), o ritmo de investimentos do governo federal não consegue acompanhar a crescente carga tributária. Segundo projeções, o Brasil deve fechar o ano com um recorde de arrecadação em termos nominais: R$ 1,1 trilhão, sendo que 69% desse montante deve ser alcançado pela União, mesmo com a crise econômica e com as políticas de desoneração tributária anunciadas pelo Planalto.
Gastança em alta – Na última segunda-feira (15), a União, estados e municípios atingiram a marca de R$ 1 trilhão arrecadados. O número é da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), órgãos responsáveis pelo “Impostômetro”, o painel eletrônico instalado na sede da ACSP que mede, em tempo real, o total de tributos pagos pela sociedade.
“Apesar de batermos esse recorde, os investimentos não caminharam” lamentou Aníbal. Segundo o tucano, o andamento dos principais programas do governo federal comprova esse quadro. O deputado lembrou que tanto o Programa de Aceleração do Crescimento quanto o “Minha Casa, Minha Vida” têm dificuldades para sair do papel. O primeiro alcançou execução de apenas 23% do Orçamento previsto para o ano, enquanto no segundo faltam construir mais de 800 mil casas para que o governo cumpra a meta de entregar 1 milhão de residências até o final de 2010.
O deputado rebateu declarações da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de que esses dois programas, aliados às propostas do pré-sal, formam as três pontes que o governo Lula estabeleceu para o futuro. “É um equívoco, pois o pré-sal hoje ainda não passa de uma miragem. Já o PAC e o ‘Minha Casa, Minha Vida’ são claras demonstrações de que o governo só colheu, mas não plantou nada. Com isso, a próxima gestão terá um grande desafio pela frente”, afirmou.
O 1º vice-líder tucano na Câmara,
Duarte Nogueira (SP),também avalia que os investimentos estão aquém do necessário. “A lentidão no andamento das obras do PAC é sinônimo de morosidade e incapacidade de gestão. Isso é lamentável, porque em meio a uma crise o governo deveria estimular o crescimento, mas não o faz. Enquanto a arrecadação bate mais um recorde, os recursos estão servindo apenas para alimentar as despesas correntes do próprio governo, que também encontram-se em franca expansão”, criticou.
Segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PR), todos os setores sofrem hoje com a falta de investimentos, apesar da elevada carga tributária. “Não há dinheiro sendo aplicado em nada. A saúde é área mais prejudicada, pois nossos hospitais estão sucateados, sem contar as rodovias em péssimo estado. Brasil afora as novas construções não passam de promessas e a população está doente a espera de uma solução que este governo não consegue encontrar. A gestão petista não tem rumo e sabe para onde vai ou faz”, alertou. (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Du Lacerda)
Deixe uma resposta