Risco de desintegração
Ingresso da Venezuela enfraquecerá Mercosul, alertam senadores
Senadores do PSDB voltaram a alertar nesta quarta-feira (9) para as consequências negativas ao Mercosul de eventual ingresso da Venezuela no bloco econômico. Após acirrada discussão, governo e oposição adiaram para o próximo dia 15 a votação, em plenário, do projeto de decreto legislativo que aprova a adesão. Os tucanos se revezaram na tribuna para criticar a postura política de Hugo Chávez à frente do país vizinho e para o risco de forte abalo no Mercosul caso a proposta seja acatada.
Missa de 7º dia – “Não acredito em parceria definitiva com um país a caminho da ditadura”, afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). “Se o ingresso for aprovado, estaremos, simbolicamente, convocando para a missa de 7º dia do Mercosul”, completou. O tucano lembrou que Chávez dá reiteradas demonstrações de desprezo às minorias e de desrespeito à alternância de poder e à liberdade de imprensa.
Para o senador Alvaro Dias (PR), os valores democráticos devem prevalecer sobre os argumentos econômicos na decisão sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul. Em sua opinião, a eventual aprovação representa “uma forma de compactuar com o regime autoritário lá existente, com um processo eleitoral viciado, que condena a mídia e viola o processo legal, conforme mostra relatório da Organização dos Estados Americanos”. Ainda segundo ele, o ingresso do país vizinho representaria “dar um palco ao boquirroto Hugo Chávez”.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o senador Eduardo Azeredo (MG) registrou o temor de que a adesão signifique mais desintegração que integração entre os países na América Latina. Ele afirmou ainda que o Mercosul não evoluiu como era esperado e vem tendo problemas com seus integrantes, como a postura assumida pela Argentina, que diminuiu o comércio com o Brasil em favor da China.
Já a senadora Marisa Serrano (MS) manifestou sua posição favorável à integração da América do Sul e ao Mercosul. No entanto, avalia que esse organismo não está suficientemente forte para resistir a aventuras. Por isso, acredita não ser o momento de acatar o ingresso da Venezuela de Chávez. “É aceitar uma víbora que pode nos devorar”, advertiu. (Reportagem: Marcos Côrtes com Ag. Senado e assessoria/Fotos: Ag. Senado)
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